quarta-feira, 15 de junho de 2011

Relação Homem/Natureza

Qual a relação do Homem com o meio ambiente?
Introdução
A idéia de natureza
Bibliografia

INTRODUÇÃO

 Este pequeno texto tem como objetivo primordial tentar compor uma resposta para a pergunta “Qual a relação do homem com o meio ambiente e Por que as pessoas preferem destruir o meio ambiente sabendo que vão gerar futuras desgraças?” no esforço para responder a essa pergunta vou fazer um apanhado geral embasada numa outra pergunta que surgiu à partir da primeira de “como o homem pensa a natureza ao longo da História?”, ou seja vou abordar a “ideia de natureza” e como esta evoluiu. Para tanto irei desde a chamada “revolução científica” do século XVII, porém não vou me estender tentando explicar as causas detalhadamente da revolução científica (como o crescimento da população européia com o conseqüente crescimento das cidades, o aumento do comércio, os descobrimentos marítimos, a utilização e desenvolvimento da imprensa que permitiu um muito maior e mais rápido fluxo de ideias.).


A IDÉIA DE NATUREZA
Com o Renascimento[1] o homem se coloca no centro do Universo (Antropocentrismo), consagrando a si mesmo um poder absoluto sobre a natureza. A ciência, munida de técnicas mais avançadas de observação e questionamento do mundo passa a considerar a natureza sem alma, sem vida, mecânica, geométrica. É no fim da idade média que o pensamento começa a se libertar do pensamento religioso de explicação do mundo, e começa a ser esboçada explicações do mundo embasadas em uma racionalidade traduzida por um rigor cientifico e na experiência humana em cima da observação dos fenômenos naturais. No século XVII com pensadores como Francis Bacon a natureza era concebida como algo exterior à sociedade humana, pressupondo uma separação entre natureza e sociedade, pois a relação entre ambas era vista como puramente mecânica, ou seja, o homem exercia seu domínio sobre a natureza através da ciência. A concepção de Bacon permaneceu viva e se integrou aos ditames das necessidades industriais que tinha a ciência como uma subordinada, devendo esta ficar a serviço da produção.
Com Adam Smith a Teoria Econômica deixa de se centrar na natureza, isto é na agricultura como fonte de valor, e passa a vê-la como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. A riqueza passa a ser atribuída ao trabalho produtivo somente, se reduz o sentido transformador do trabalho e o associa a uma idéia essencialmente utilitarista do trabalho, quer dizer o trabalho é visto como não tendo um papel central no conjunto das relações sociais, mas sim como meio de satisfação das necessidades básicas do homem.
A  natureza e sociedade ficam, assim ainda mais distanciadas.

Para Gonçalves. C. Walter Porto[2] (1998:23) o conceito de natureza não é algo natural, pois é uma construção social. Segundo esse autor toda sociedade cria uma determinada idéia de natureza. Em nossa sociedade natureza passou a ser definida aquilo que se opõe a cultura. A cultura é considerada uma forma de dominação da natureza, de “domesticação da natureza”; “dominar a natureza seria dominar algo inconstante. Imprevisível e instintivo” (Gonçalves, 1988:26-27).
Desta forma, para a cultura ocidental, a natureza é o objeto a ser dominado pelo sujeito, o homem. Para Gonçalves, a visão que se tem de natureza-objeto versus homem sujeito parece não considerar o termo sujeito, que além de significar um ser ativo, também significa algo que está submetido a determinadas circunstâncias.
A visão antropocêntrica do mundo, na qual o homem é senhor de todas as coisas, é o que faz com que se esqueça que o termo sujeito, pode significar tanto aquele que age como aquele que se submete. Essa visão de natureza separada do homem é característica do pensamento dominante no mundo ocidental, cuja matriz filosófica advém da Grécia e da Roma antigas, que se firmou contrapondo-se a outras formas de pensar agir. O pensamento moderno e contemporâneo vê a natureza como um recurso. A visão antropocêntrica de mundo coloca o homem no centro do universo e em oposição à natureza, ou seja, o sujeito em oposição ao objeto.
No século XIX, com o desenvolvimento da técnica e da ciência, a natureza passou a ser concebida cada vez mais como um objeto a ser possuído e dominado. Nesse contexto, qualquer tentativa de se pensar homem e natureza como algo que estão de certa forma integrados se verificava falha, pois a separação que se faz entre homem e natureza não se efetua só no nível do pensamento, mas também na própria realidade objetiva construída pelo homem. A divisão social e técnica do trabalho contribuiu para que houvesse o processo de fragmentação e dicotomização do fazer e do pensar da sociedade capitalista industrial.

Segundo Gonçalves "A idéia de uma natureza objetiva e exterior ao homem, o que pressupõe uma idéia de homem não-natural e fora da natureza, cristaliza-se com a civilização industrial inaugurada pelo capitalismo. As ciências da natureza se separam das ciências do homem; cria-se um abismo colossal entre uma e outra e,tudo isso não é só uma questão de concepção de mundo..." (op.cit.35).

A sociedade ocidental vê a natureza por baixo de uma perspectiva antropocêntrica que concebe a natureza como algo onde se manifesta a hostilidade, a luta, onde prevalece a lei da selva, que precisa das leis de um Estado para estabelecer a ordem.

Essa dicotomia homem-natureza presente na sociedade ocidental, vem sendo questionada, particularmente na geografia, que tradicionalmente tratou essa questão de forma dicotômica (geografia física e geografia humana) haja vista a questão ambiental atual exigir um novo paradigma onde homem e natureza façam parte do mesmo processo.

No principio da humanidade, havia uma relação de unidade entre homem e natureza, onde o ritmo de trabalho e da vida dos homens associava-se ao ritmo da natureza. No contexto do modo de produção capitalista, este vínculo é rompido, pois a natureza, antes um meio de subsistência do homem, passa a integrar o conjunto dos meios de produção[3] do qual o capital se beneficia.
No processo de apropriação e de transformação dos recursos pelo homem, através do trabalho, ocorre o processo de socialização da natureza. O trabalho torna-se então, o mediador universal na relação do homem com a natureza.
Para Casseti, Valter (1991:17), as transformações sofridas pela natureza, através do emprego das técnicas no processo produtivo, são um fenômeno social, representado pelo trabalho, e as relações e produção mudam conforme as leis, as quais implicam a formação econômico-social e, por conseguinte, as relações entre a sociedade e a natureza.
A sociedade contemporânea possui uma organização interna que está fundamentada no trabalho. Sob o capitalismo que precisa incessantemente reproduzir o capital (gerar lucros) e que necessita da produção de mercadorias como veículo de geração de lucros através da exploração do trabalho para possibilitar sua expansão, a relação homem-meio se apresenta como contradição capital-trabalho (porque o trabalhador é explorado quando produz), a relação do homem com a natureza não se traduz numa relação em que o homem intervém na natureza para transformá-la em produtos, mas na verdade ele intervém na natureza para produzir e reproduzir mercadorias.
No capitalismo o acesso aos recursos existentes na natureza passam por relações mercantis, visto que sua apropriação pelo capital implica a eliminação de sua gratuidade natural. Portanto, a incorporação da natureza e do próprio homem ao circuito produtivo é a base para que o capital se expanda.
No processo de acumulação do capital, o trabalhador tem sido despojado do conjunto dos meios materiais de reprodução[i] de sua existência e forçado a transformar sua força de trabalho em mercadoria, a serviço do próprio capital, em troca de salário
O homem é separado da natureza, no processo de produção/reprodução do capital, o ritmo do homem não mais se remete ao ritmo da natureza, mas sim ao ritmo do próprio capital.
Sabemos que na relação capital x trabalho há um antagonismo, haja visto que o capital nutre-se da exploração do trabalho do homem. Nesta relação, como o homem realiza o trabalho capitalizado, ao entrar em contradição com o capital, ele entra em contradição com a própria natureza.
Segundo Moreira, quando o capital busca cada vez mais a produtividade do trabalho e, assim, a elevação da taxa de exploração do trabalho e da natureza, ele amplia a base de alienação do trabalho e da própria natureza, gerando uma dicotomia entre sociedade e natureza.
"A alienação do trabalho reproduz-se a todas as instâncias da sociedade capitalista: aliena-se o homem da natureza, dos produtos, do saber, do poder e dos próprios homens. Se o poder sobre os homens nas ‘sociedades naturais’ passa pelo controle da terra, sob o capital o poder passa pela alienação do trabalho”. (1985:78)
A perda da identidade orgânica do homem com a natureza se dá a partir do capital, que gera a contradição e que, na contradição, gera a perda da identificação do homem com a natureza e, conseqüentemente, a degradação ambiental.
O processo social de produção, cuja referência está na produção de valores de uso, submete a força de trabalho e os meios de produção aos seus desígnios, impulsionando a utilização irracional dos recursos naturais, o desperdício de matérias-primas, de energia e de trabalho, provocando assim, a destruição da natureza e a conseqüente "crise ecológica".
Assim, o processo de constituição da classe proletária, que se dá a partir da separação das condições objetivas de produção, ou seja, dos meios de produção (especialmente da terra e, através dela a natureza) e de sua inserção no trabalho fabril, explica, em primeira instância, a subordinação do proletariado à lógica capitalista de exploração da natureza. Essa separação pressupõe a perda do domínio sobre as técnicas agrícolas e a compreensão dos processos naturais por parte do proletariado, distanciando-o assim da natureza.
No modo de produção capitalista, o trabalhador é reduzido a uma mercadoria, à medida que vende sua força de trabalho para o capitalista em troca de um salário. Assim, o trabalho "que deveria ser a forma humana de realização do indivíduo reduz-se à única possibilidade de subsistência do despossuído". (Antunes, 1997:124).
Essa crise ecológica/ ambiental evidenciada através de dois elementos característicos da sociedade contemporânea: tecnologia e crescimento, nos incita ao questionamento de um estilo de desenvolvimento internacionalizado, que revela-se enquanto modelo de desenvolvimento ambientalmente predatório e socialmente injusto, manifestado, principalmente nos processos de modernização da agricultura, de urbanização e de exploração desenfreada dos recursos naturais.
BIBLIOGRAFIA:
(RogerioFreitas2009), R. F. (s.d.). Filosofando o TRABALHO e a ALIENAÇÃO. Prof Rogerio Freitas. Acesso em 15 de Junho de 2011, disponível em You Tube: http://youtu.be/bDFpJiuHfKc
Henry, J. (1998). Coleção Ciência e Cultura. In: J. Henry, A Revolução Científica: e as origens da ciência moderna (p. 152). Jorge Zahar Editores.
Mundo dos Filosofos. (s.d.). O Pensamento Moderno. Acesso em 10 de 06 de 2011, disponível em Mundo dos Filosofos: http://www.mundodosfilosofos.com.br/pensmoderno.htm
Oliveira, A. M. (1 de Agosto de 2002). Relação homem/natureza no modo de produção capitalista. Barcelona, Espanha.
Secretaria Nacional de Formação Política do Partido Comunista Brasileiro. (18 de junho de 2010). Programa Nacional de Formação Política. Acesso em 15 de junho de 2011, disponível em Partido Comunista Brasileiro (PCB): www.pcb.org.br/portal/docs/papelsocial.pdf
Wikipédia. (15 de Maio de 2011). Meios de produção. Acesso em 15 de Junho de 2011, disponível em Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Meios_de_produ%C3%A7%C3%A3o
Wikipédia. (25 de 05 de 2011). Revolução científica. Acesso em 10 de 06 de 2011, disponível em Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADfica



[1] Renascimento (ou Renascença) foi um período na história do mundo ocidental com um movimento cultural marcante na Europa, considerado como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Começou no século XIV na Itália e difundiu-se pela Europa no decorrer dos séculos XV e XVI. Além de atingir a Filosofia, as Artes, as Ciências e a Astronomia, o Renascimento fez parte de uma ampla gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Nesse sentido, o Renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval. Outra Característica do renascimento é o Humanismo que é a valorização do ser humano em oposição ao divino e ao sobrenatural, o Homem passa a ser considerado divino. 

[2] Walter Porto-Gonçalves é Doutor em Geografia. Professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense. Pesquisador do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e de Clacso – Conselho latino-americano de Ciências Sociais (GT Hegemonia e Emancipações). Ganhador do Prêmio Ensaio Histórico-social 2008 da Casa de las Américas 2008 (Cuba). Ex-Presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (1998-2000). Membro do Grupo de Assessores do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade Autônoma da Cidade do México. Ganhador do Prêmio Chico Mendes em Ciência e Tecnologia em 2004. É colaborador do Jornal Brasil de Fato, de diversos movimentos sociais no Brasil e da Comissão Pastoral da Terra. É autor de diversos artigos e livros publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, em que se destacam: – Geo-grafías: movimientos sociales, nuevas territorialidades y sustentablidad, ed. Siglo XXI, México, 2001; Amazônia, Amazônias, ed. Contexto, São Paulo, 2001; Geografand: nos varadouros do mundo, edições Ibama, Brasília, 2004; O desafio ambiental, Ed. Record, Rio de Janeiro, 2004; A globalização da natureza e a natureza da globalização, Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2006; El Desafio Ambiental, Ediciones PNUMA, México, 2006; La globalizacion de la naturaleza e la naturaleza de la globalizacion. Casa de las Ampéricas, La Habana, Cuba, 2009; Territorialidades y lucha por el território em América Latina. Ed. Universidad de Zulia e IVIC, Maracaibo-Caracas – Venezuela, 2009.
[3] Segundo a teoria marxista os meios de produção são o conjunto formado por meios de trabalho e objetos de trabalho - ou tudo o que medeia a relação entre o trabalho humano e a natureza, no processo de transformação da própria natureza. Os meios de trabalho incluem os instrumentos de produção: instalações prediais (fábricas, armazéns, silos etc), infraestrutura (abastecimento d'água,energia, transportes, telecomunicações, etc), máquinas, ferramentas), etc; Os objetos de trabalho são os elementos sobre os quais ocorre o trabalho humano (recursos naturais (terra etc.) e matérias-primas (minerais, vegetais e animais); Segundo Marx, a propriedade dos meios de produção determina a posição dominante da burguesia no modo de produção capitalista. O modo de produção é, por sua vez, determinante na organização da sociedade.


[i] Segundo Marx é através do trabalho que os homens produzem seus meios de vida e o modo de sua vivência em sociedade. O que os indivíduos são depende, acima de tudo, do modo como produzem as condições materiais de sua existência. O trabalho (a ação do homem sobre o meio em que vive, produzindo coisas que atendem às necessidades postas) é o que faz a mediação entre homem e natureza e é a condição em que os homens se apresentam e se relacionam com o mundo em que vivem, transformando esse mundo e descobrindo as maneiras de extrair da natureza as vantagens e condições para a sua existência. Foi a partir da produção social que os homens se organizaram de modo a dividirem entre si suas atividades, possibilitando, assim, atingir os fins desejados e atender às múltiplas necessidades que continuamente apareciam e envolviam todo o conjunto. As relações sociais foram sendo determinadas pela produção material, mas era a maneira como essa produção se dava o modo como os homens relacionavam suas atividades determinavam as regras de convivência. O homem conseguiam estabelecer as suas condições de existência na prática social da constatação de certas necessidades que apareciam na sua comunidade. Os homens desenvolviam suas atividades perante a natureza, desenvolviam seus sentidos, sua percepção do meio, sua inteligibilidade de acordo com suas ações externas; ou seja, sua consciência era uma expressão daquilo que faziam e como faziam. O homem descobria a natureza através de seu relacionamento com ela, esse relacionamento se dava apartir do trabalho, que antes de ser realizado era abstraído no pensamento. Com o desenvolvimento capitalismo e a propriedade privada dos meios de produção o vinculo da produção com a apropriação do que é produzido se modificou. O resultado da produção não é mais, com o capitalismo, apreendido pelo conjunto da população. Com o capitalismo há a apropriação da riqueza produzida pelo trabalho humano o criou na sociedade duas figuras antagônicas a dos proprietários dos meios de produção e a figura daqueles que não são donos dos meios de produção, quando os trabalhadores são completamente alijados dos meios de produção, passando a possuir tão somente a sua força de trabalho. Na sociedade capitalista, a prática da troca de mercadorias torna-se o elemento fundamental do desenvolvimento econômico e social, e o critério para a comercialização se baseia no valor de uso que as mercadorias possuem para os consumidores. Desta feita a própria fora de trabalho passa a ser uma mercadoria a ser trocada por outras mercadorias, pois seu valor de uso presta-se a gerar uma produção social voltada à acumulação de valores de troca, ou seja, de mercadorias. O modo de produção capitalista faz do trabalho do homem uma mera condição para que este se insira no mercado, recebendo em troca um salário como forma de pagamento, o trabalhador não produz baseado na sua relação com a natureza, nem objetivado por necessidades que surjam em comunidade e o resultado de seu esforço produtivo não é igual a sua capacidade produtiva, o operário trabalha pelo salário, não para criar algo que ele pensou, projetou, tendo em vista algum objetivo que tenha surgido de alguma necessidade coletiva, da sua pratica mesmo de relação com o meio, de suas experiências e conhecimentos. O trabalhador acaba sendo alienado, perdendo a compreensão do mundo em que vive, torna-se alheio da realidade em que se encontra inserido e a riqueza que produz é transferida para outro, não é apropriada por ele, não é produzida para beneficiar a ale nem aos seus, mas não é apenas o produto de seu trabalho que deixa de pertencê-lo. O próprio trabalhador abandona o senso de si mesmo, o que ocorre é o que Marx chama de “fetichismo da mercadoria”, onde os valores de troca se tornam superiores aos valores de uso e as relações dos trabalhadores, não são vistas como relações humanas, mas sim se transformam, as relações humanas, em relações dos produtos do trabalho produzido. A mercadoria adquire valoe superior ao homem, pois privilegiam-se as relações entre coisas, que vão definir relações materiais entre pessoas;  e “reificação do trabalho” que é a coisificação do homem, pois o próprio homem é transformado em mercadoria, sua força de trabalho em um preço de mercado.













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